Há aproximadamente 3 meses vivemos uma nova realidade, incerta e diferente do que experimentamos até então. Durante esse período, fomos bombardeados com informações e dicas do que fazer e do que não fazer em cada um dos dias de isolamento. Entre aprender uma nova habilidade e colocar em dia tarefas antes adiadas, nos deparamos com o desafio de entrar em contato e conhecer a nós mesmos.
Os temas autoconhecimento e autodesenvolvimento nunca foram tão explorados como agora. Refletir sobre nossa essência, nossos potenciais e fragilidades, desenvolver novas competências e aprimorar habilidades assumiram papel relevante na manutenção do bem-estar emocional e físico, contribuindo para sermos capazes de enfrentar os desafios profissionais e pessoais que a pandemia nos colocou.
Com a rotina que a vida estabelecia antes do isolamento, muitas vezes não tínhamos a oportunidade de refletir sobre esses aspectos e geralmente eles passaram, por muito tempo, despercebidos. Porém, esse período de crise tem nos convidado, continuamente, a pensar sobre nós mesmos e nossos projetos, presente e futuro.
O que vale refletirmos para além da crise atual, é o impacto que esse processo de autodescoberta provoca no mercado de trabalho em um cenário pós COVID-19. Voltaremos à nossa rotina, mas não voltaremos iguais.
É importante entendermos que esses mecanismos – autoconhecimento e autodesenvolvimento – assumem um papel fundamental na construção de novos perfis profissionais, à medida que permitem uma reavaliação da carreira e maior clareza sobre objetivos pessoais e profissionais, além do reconhecimento e fortalecimento do próprio potencial.
O que poderemos observar pós-pandemia, e que ganha extrema relevância para adaptação das práticas de gestão de pessoas, será um novo contingente de profissionais, mais conscientes de suas necessidades e desejosos por novas oportunidades de crescimento ou de mudança. Esses perfis, desenvolvidos a partir dos desafios e experiências dos últimos meses, demandarão um novo olhar das lideranças.
Será necessário, para os gestores, uma nova compreensão sobre as demandas internas da equipe e a definição de estratégias que permitam um melhor aproveitamento de profissionais potenciais, garantindo a retenção dos talentos. As práticas de gestão, que ganharam força durante a pandemia, continuarão a exercer papel fundamental, contribuindo para o entendimento e adaptações dessa nova realidade.