Existem inúmeras teorias que buscam definir perfis comportamentais e todas as suas implicações na vida do indivíduo. O objetivo deste texto, de modo algum, é esgotar o assunto. Vamos abordar, de maneira geral, um ponto relevante, qual seja o impacto de características comportamentais na carreira profissional.
O perfil comportamental define a reação das pessoas diante de determinados acontecimentos. Dentro da divisão mais usual (embora, ressalte-se, existam inúmeras delas), classifica-se, com base na metodologia DISC, quatro características principais: dominância, influência, estabilidade e cautela. A pesquisa foi desenvolvida por Walter Venon Clark nos anos 70, baseada nos estudos de William Mouton Marston e até hoje são a base para o desenvolvimento de diversos estudos comportamentais.
É certo que estas quatro características tendem a ser encontradas, simultaneamente, na totalidade das pessoas, em algum grau. Entretanto, há certa predominância, a depender do indivíduo. São tendências naturais de cada um, embora, obviamente, possam ser influenciadas por fatores ambientais e desenvolvidas ao longo da vida.
Abaixo mostramos, de maneira resumida, os principais atributos que costumam acompanhar cada um daqueles citados acima:
- Dominância: carisma, entusiasmo, otimismo e facilidade de relacionamento;
- Influência: autoconfiança, dominância, competitividade e movido a desafios;
- Estabilidade: paciência, constância e tendências conservadoras;
- Cautela: detalhista, organizado, responsável e gosta de rotina.
Qual deles, então, seria o mais destacado em termos de carreira? Não existe uma resposta pronta e definitiva a este questionamento. É preciso ter em mente que cada carreira, cada atividade, cada área, apresenta suas especificidades. Da mesma forma acontece com cada profissional. Significa dizer que qualquer dos perfis tem potencial para destaque e desenvolvimento, desde que aproveite suas características e desenvolva o que for necessário.
O Dominante, por exemplo, tende a trabalhar bem sob pressão, em situações que demandem improviso e reação rápida. O Estável e o Cauteloso, por outro lado, teriam grande dificuldade em profissões que demandem aquelas habilidades com frequência. Pensando no contexto de um escritório, o Dominante seria ótimo para fazer audiências, despachos e sustentações orais, ao passo que o Estável ou Cauteloso são essenciais para o controle de prazos e redação de peças mais complexas.
Pela relevância, vale destacar novamente que as características são, até certo ponto, treináveis. Desta forma, nada impede que o Cauteloso seja um exímio audiencista, e que o Dominante tenha distinta habilidade na confecção de peças.
Neste ponto, é importantíssimo que o gestor tenha ciência das características de sua equipe, não só para delegar tarefas compatíveis como para escolher a melhor maneira para dar feedbacks. Existem aqueles que demandam uma fala mais firme e outros que precisam de mais cuidado.
Veja que o impacto dos perfis comportamentais é bastante vasto na área profissional. É importante que seja levado em conta tanto pelo profissional, na busca de compatibilizar com seus interesses e objetivo, quanto pelo contratante, na busca de um talento que efetivamente possa fazer a diferença em sua empresa ou escritório.