Qualidade de Vida no Trabalho (QVT)

O tema específico relacionado à Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) surgiu em meados da década de 1970, através de Louis Davis. Trata-se de uma abordagem que demonstra preocupação com o bem-estar geral e a saúde dos trabalhadores no que se refere ao exercício do trabalho. Apesar da menção histórica tardia, o tema sempre encontrou espaço no dia a dia de empresários e colaboradores.

Embora, à primeira vista, pareça evidente um viés pró colaborador, uma boa política associada à QVT pode trazer ganhos diversos à organização. Assim, a aparente contradição entre, de um lado, interesses dos colaboradores e, de outro, dos empresários, pode ser facilmente afastada quando pensamos que boas condições podem levar a um aumento da produtividade e qualidade do trabalho, diminuição do absenteísmo, da rotatividade, além da melhora dos relacionamentos interpessoais. Para atingir tal fim, é preciso ter em mente uma visão holística do ser humano e não restrita ao plano cartesiano, fragmentado por natureza. O que se busca, portanto, é uma visão biopsicossocial, que leve em consideração os aspectos biológicos, psicológicos, sociais e da própria organização.

No campo biológico, a preocupação deve ser com o oferecimento de condições que garantam a produtividade, com a manutenção da integridade física e da saúde do ser humano. No aspecto psicológico, que, por vezes, parece estar colocado em segundo plano, deve haver estímulo ao desenvolvimento, alcance de metas e recompensa, sem excesso de pressão. Por fim, dentro do campo social, as pessoas devem realizar seu trabalho cada vez mais em equipe, com a partilha de esforços comuns integrados em termos de valores, objetivos e resultados.

A QVT, como se percebe, pode ser considerada uma ferramenta de gestão e deve se fazer presente. Há vários modelos teóricos que buscam embasar essa busca. Algumas das propostas deles são:
  • Participação dos funcionários nas decisões
  • Inovação nos sistemas de recompensas
  • Melhoria do ambiente quanto a condições físicas e psicológicas
  • Utilização e desenvolvimento das habilidades de cada colaborador
  • Oportunidades de crescimento e segurança

É preciso ter em vista, no fim do dia, que tanto colaboradores quanto empresários buscam conferir sentido e significado para seu trabalho e, para atingi-los, considerando uma parte essencial da vida, as melhores condições devem ser proporcionadas.

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Pedro Palhares

Graduado em Direito e graduando em Psicologia pela Universidade Fumec, Pós graduado em Mediação de Conflitos pela FGV/SP e Headhunter especializado no segmento jurídico.

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