Escutamos falar muito sobre diversidade e inclusão, nas organizações, nas mídias sociais e na família. Porém, algumas pessoas podem enfrentar dificuldades e preocupações relacionadas à sua identidade, afetando seu desempenho no dia a dia. Estudos mostram que não estamos preparados para falar sobre conversas difíceis, como: raça, religião ou política, especialmente no ambiente profissional.
Mas como as empresas/escritórios podem desenvolver as competências necessárias para conversar sobre assuntos sensíveis que podem gerar tensão?
Se os nossos colegas de trabalho não tiverem a capacidade de manter um diálogo afetuoso e respeitoso, os debates sociopolíticos no trabalho podem provocar sentimentos de eliminação e novas divergências. Embora sejam assuntos difíceis de abordar, é preciso que a organização gere oportunidades para conhecer e entender outras perspectivas.
Culturalmente existe a ideia de que é melhor evitar assuntos sobre os quais existem diferentes opiniões na sociedade, mas, podemos desenvolver competências necessárias para falarmos de assuntos delicados, por exemplo:
- Promova conhecimento pessoal e dos outros, devemos entender o porquê acreditamos no que acreditamos e porque há opiniões diferentes.
- Avalie o interesse sobre diversidade individual, do grupo e da organização, se não conversarmos sobre esse tema não vamos conseguir aceitar outros pontos de vista.
- Prepare-se e esteja aberto de coração para a conversa, seja empático.
- Prepare-se para assuntos que você concorde ou discorde, esteja aberto para opiniões divergentes, criando pontes entre as divergências.
- Incentive a você mesmo a avaliar sua prontidão em envolver-se em conversas inclusivas, considerando quem você é, de onde vêm suas crenças, informações sobre outros grupos e como e por que eles acreditam no que acreditam.
- Não existem respostas certas ou erradas, pois vários aspectos podem moldar nossa individualidade.
Como promover o conhecimento pessoal e dos outros? Pergunte-se:
- Quem sou eu culturalmente?
- Onde nasci e cresci?
- Qual é a cultura do meu grupo?
- O que aprendi sobre o que está certo ou errado?
- Como minha identidade, raça, etnia, geração, religião, educação e status socioeconômico moldaram minha visão da sociedade?
- Pertenço a um grupo de identidade majoritário ou minoritário?
- O que sei sobre os valores e crenças de outros grupos e como eles foram cultivados?
- Que diferenças culturais conheço?
Adquirimos conhecimento por questionar sempre. Saber por que você pensa assim e por que os outros pensam de maneira diferente é fundamental para aprender a conversar sobre assuntos difíceis.
Às vezes não nos sentimos preparados, pois não conhecemos bem o assunto ou não tivemos contato com um grupo específico. Como podemos nos preparar para falar sobre esses assuntos?
- Questione-se quem faz parte do seu dia a dia, quanto menos contato você tiver com pessoas diferentes, menor será a probabilidade de preparar-se para ter conversas inclusivas.
- Não deixe de interagir com pessoas diferentes de uma forma prática e inclusiva.
- Estude sobre os diversos tipos culturais, faça treinamentos, visitas a museus e leitura diversas que fuja do seu gosto particular.
- Seja empático, ser capaz de compreender a perspectiva dos outros é essencial para conversas inclusivas, não se trata de concordar, mas de evitar o julgamento e ouvir, tentando ver o mundo da perspectiva da outra pessoa.
Se uma organização não estiver comprometida com a diversidade, dificilmente haverá espaço para as conversas inclusivas. Esses são alguns dos aspectos a considerar sobre a prontidão nos níveis individual, da equipe e da organização.
Converse sobre raça, religião e sobre gênero!
Fale sobre esses assuntos difíceis, quando falamos sobre nossos valores e nossa individualidade, queremos sempre encontrar afinidades e compatibilidades, mas precisamos ir além. Quando se trata de entender a sociedade e assuntos controversos, existem diferenças acentuadas e a conversa inclusiva envolve a exploração dessas diferenças. E quando falamos sobre esses assuntos, precisamos pensar e desafiar nossas reações. Pergunte-se o que você pode estar ignorando da experiência de uma outra pessoa. Quais vieses podem estar prejudicando sua capacidade de envolvimento? Você está demonstrando empatia ou menosprezando a experiência dela?
Precisamos de tempo e prática para aprendermos a manter uma conversa inclusiva, vai exigir esforço da nossa parte, mas estejamos determinados a cultivar no nosso dia a dia a capacidade de falar sobre assuntos difíceis e que não gostamos de conversar, principalmente sobre assuntos que discordamos, que não fazem parte da nossa cultura. E não esqueça, seja empático!