No último ano, o Brasil registrou o histórico número de 1,3 milhões de advogados inscritos na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Com um advogado a cada 164 habitantes, o país tornou-se a nação com a maior proporção de advogados por habitantes no mundo, segundo a OAB. Em um ambiente tão competitivo, estratégias e soluções, como o branding, ganham cada vez mais destaque no cenário jurídico.
O desenvolvimento de escritórios de advocacia pode ser visto em suas ações de reestruturação. Antes, bancas consideradas tradicionais e já consolidadas, vistas como imunes ao novo cenário competitivo do mercado jurídico, estão cada vez mais atualizadas e buscando desenvolver modelos profissionais de gestão. Além disso, a entrada da tecnologia, a possibilidade de utilização do marketing jurídico ético e nova forma dos clientes verem e avaliarem os serviços advocatícios, mostram que os escritórios precisam se reinventar de forma criativa, sem desrespeitar o Provimento 205/2021, para atrair o seu público-alvo.
Ainda dentro desse cenário competitivo, um estudo realizado pela Hedgehog Digital e Opinion Box, em 2021, revelou que 93% dos brasileiros pesquisam no Google antes de efetuar a compra ou a contratação de um serviço. Nesse aspecto, o marketing tem o papel fundamental de atrair a atenção de possíveis clientes, através de estratégias conhecidas como branding.
De forma sintética, o branding, conhecido também como brand management, nada mais é que uma gestão de marca. Adotado pelas principais empresas do mundo, o conceito de branding teve início antes mesmo da era do marketing digital, quando empresas utilizavam jornais, rádios, revistas, e TVs para divulgar produtos e se conectar com o público.
Como estruturar o branding?
Por mais que, de forma resumida, soe como algo fácil a ser feito, não se engane. As estratégias de branding requerem estudos, atenção e profissionalismo. Há alguns passos que são indispensáveis à gestão de uma marca.
- Propósito e Posicionamento: o primeiro passo para qualquer estratégia é entender o propósito do escritório. Ou seja, a razão pela qual ele existe. Com isso, é possível alinhar o posicionamento da banca perante o mercado;
- Identidade Visual: com o conceito e a celeridade das redes sociais, a identidade visual é um dos principais atributos de uma marca. É importante definir quais cores representam o negócio/produto, o logotipo, ícones, tipografia, entre outros aspectos que vão auxiliar possíveis clientes a reconhecerem a sua marca em qualquer cenário;
- Redes Sociais: hoje, é impossível estabelecer posicionamento de marca sem a utilização das redes sociais. Porém, o uso das redes sociais não deve se limitar à publicação de imagens. É necessário que haja conteúdos relevantes, tom de voz adequado e presença constante;
- Conteúdos: é necessário conhecer e definir o público-alvo para ter um norte sobre os conteúdos produzidos. A produção de conteúdos demonstra a expertise da banca em determinados assuntos, aumentando a credibilidade e a conexão com os clientes. Tão importante quanto a produção dos conteúdos, é vinculá-lo às redes sociais e site/blog do escritório, além de utilizar diversas mídias (fotos, vídeos, áudios) para divulgá-lo;
- Dados: conhecer e analisar os dados de seus clientes, além do engajamento da empresa, te auxiliará a encontrar o melhor caminho para conexão com o público-alvo. Ainda que seja algo visto separadamente, o estudo dos dados também é parte do branding de uma companhia.
Há inúmeras outras dicas para adequação e estruturação de branding para empresas e/ou serviços, porém com os tópicos enumerados acima, é possível dar os primeiros passos nesta estruturação.
Por fim, é importante lembrar que não há uma fórmula exclusiva para a gestão de marcas, pois cada escritório de advocacia possui atributos, aspectos e diferenciais únicos. Além disso, toda estratégia de branding passa por alterações durante o caminho, para se adaptar às mudanças de mercado bem como à própria evolução da organização.
