Em uma simples pesquisa no Google, páginas e mais páginas de resultados aparecerão com respostas do tipo “Seja o profissional que o mercado busca”. Desde simples dicas a longos “passo a passo”, com uma rápida busca é possível se habilitar como aquela pessoa desejada por todas as empresas.
Em contrapartida, surge a dúvida: o que os candidatos estão buscando? Qual atrativo eles querem ler na descrição da vaga? Quais aspirações surgem durante uma entrevista de processo seletivo? Qual perfil de empresa está em destaque na busca de oportunidades?
É de praxe, em algum momento na entrevista de emprego, surgir a pergunta para o candidato: “e o que te abre para escutar novas propostas? O que você busca?”. A resposta padrão, todos nós conhecemos: crescimento profissional e financeiro. O que muitos não sabem é o que de fato significa isso nas entrelinhas.
Benefícios como plano de saúde, odontológico, vale refeição, vale transporte, 13º salário e férias são muito bem vistos e, de fato, servem de atrativo. Contudo, temos visto um movimento que os candidatos querem algo a mais. Em contrapartida ao mal visto currículo cheio de lugares em que o candidato passou, ele quer, de fato, um lugar para ficar e se estabilizar. Eles buscam um plano de carreira ou a confirmação da meritocracia na prática para a segurança de que dedicação e comprometimento sejam recíprocos.
Saber que estão ingressando em um lugar que tem esse olhar para o profissional, que enxergam pessoas além de cumpridores de tarefas e que reservam um espaço para haver aprendizado e reconhecimento é o que mais vemos nos anseios dos candidatos. Não raro os olhos brilham quando na descrição de algum escritório ou empresa há a informação de que possuem um RH, seja interno ou externo. Para um candidato, é um diferencial que indica que ali as pessoas serão vistas e ouvidas.
E para ter esse lugar de fala e mostrar que são capazes de fazer mais e melhor e alcançar o tão desejado lugar de destaque, o profissional requer autonomia e independência na sua atuação. Há uma busca de equilíbrio entre o suporte, treinamento e orientação dados pelo gestor e a liberdade de o colaborador mostrar seu trabalho e sua capacidade de fazer bem feito. Por vezes, necessitam de espaço para sugestão de que fazer diferente pode ser melhor.
Outro aspecto muito procurado, por ambas as partes, inclusive, é a questão de inovação e tecnologia. O candidato quer sim se atualizar, trabalhar com o novo, o moderno. Atualmente temos ferramentas excelentes que facilitam a vida de todo trabalhador. Se aliar à inteligência artificial é um caminho sem volta para a melhoria da produtividade.
E por falar em atualidade, passados mais de dois anos de pandemia, o que o mercado profissional nos trouxe? Definitivamente o interesse e busca pelo regime de contratação home office ou híbrido. Os candidatos trazem o quão interessante é o convívio com os colegas e a socialização, sim. Contudo, ter um dia ou dois em casa, garante uma otimização tanto do tempo quanto das finanças ao evitar o deslocamento. A justificativa não fica só na economia, mas também no ganho: qualidade de vida.
As pessoas descobriram que estar em casa permite um melhor acompanhamento e convívio com a família, viram oportunidade de fazer atividades físicas e de ter uma alimentação com mais qualidade. Existem também os casos de pessoas que mudaram para o interior e hoje preferem manter o estilo de vida menos acelerado, sem qualquer pretensão de voltar para as capitais. E tudo isso, entregando em dia ou até mais rápido o trabalho demandado.
Ao final, o que vemos é em sua maioria, contratantes e contratados estão falando a mesma língua, buscando os mesmos anseios na vida profissional e pessoal. Economia, produtividade e sucesso fazem parte da lista geral, o que falta é apenas o alinhamento de propósitos e oferta entre as partes.
